segunda-feira, janeiro 15

Este mês a biblioteca sugere a leitura da obra:


Pipa de Massas de Madonna




Pipas de Massa é o quinto livro infantil assinado por Madonna e, como os anteriores, também neste a cantora/escritora cede os seus direitos à Spirituality for Kids Foundation, uma instituição norte-americana de ensino. Os quatro títulos anteriores venderam, no conjunto, cerca de dois milhões de cópias em todo o mundo, 30 mil dos quais em Portugal. O primeiro, As Rosas Inglesas, foi o que mais vendeu, tendo originado à sua volta um fenómeno de merchandising. De tal forma que tanto os editores (a Callaway) como a autora já pensam na sequela. Assim, é provável que a Pipas de Massa se siga As Rosas Inglesas II.

Em Pipas de Massa, como nos livros anteriores, a moral é universal - a verdadeira felicidade está na partilha -, mas a inspiração é italiana. A começar pelo título Lotsa da Casha, no original. Em português, optou-se por Pipas de Massa, que não transmite a intenção de "italianizar", como no inglês e que pode causar estranheza na leitura. Na tradução assinada, mais uma vez pela dupla familiar Miguel e Susana Serras Pereira, o protagonista, Pipas, aparece com uma pronúncia estranha, que troca os "ss" pelos "ch", numa tentativa de reconstruir o sotaque italiano do inglês de Madonna. Uma estranheza de que fala Rui Paes, o ilustrador, colocando algumas reservas à tradução nacional. "Talvez por ter lido tantas vezes a história em inglês", justifica.

Itália - país onde Madonna tem raízes familiares - está também muito presente na ilustração. A pedido da própria, como faz questão de salientar Rui Paes, que diz ter-se inspirado na cidade Siena e na arquitectura de Génova para construir os ambientes onde decorrem as aventuras do tão amargo, quanto rico, Pipas. Até agora Rui Paes ilustrara apenas um livro de contos assinado pela mãe, a escritora Glória de Santana. Tinha, então, 18 anos.

O interesse desta série de livros de Madonna está na assinatura, mas, sobretudo, na grande qualidade das ilustrações que os acompanham. São elas que trazem um enorme valor acrescentado a narrativas com pouco de original. São elas, ainda, que fazem destes exemplares objectos de culto para quem valoriza a imagem. Madonna sabe disso. E os seus editores também.



Texto retirado daqui

Etiquetas: