sábado, novembro 22

A Árvore de Sophia de Mello Breyner

A turma do 6º H começou a ler a obra “A Árvore” da autoria de Sophia de Mello Breyner Andresen.
Decidimos fazer um desenho sobre uma árvore numa ilha muito pequenina. Esta árvore cresceu tanto que tapou metade da ilha e as pessoas desse lado ficaram constipadas, pálidas e tristes; as hortas já não davam legumes, os jardins já não davam flores e as casas estavam a ficar húmidas.
Quem quiser saber o resto da história vá à biblioteca da Escola Padre João José do Amaral e procure o livro de Sophia de Mello Breyner Andresen. Lembramos que esta autora é muito famosa pelas suas obras juvenis.


terça-feira, maio 13

Santo Cristo no coração da Primavera


Tudo se transfigura na cidade por alturas destas celebrações. Ponta delgada nem parece a mesma. As correrias, a que o funcionalismo urbano do dia a dia nos obriga, dão lugar à contemplação, à busca de algo imperscrutável apenas possível ao coração humano, desejo indecifrável comum a todos os rostos, que apenas se desvanece no encontro com o olhar mais conhecido dos açoreanos: o olhar interior do Senhor Santo Cristo.
- « Que olhar é esse?» – perguntava o poeta micaelense Armando Cortes Rodrigues – « (...) olhar que não vê apenas os rostos mas desce ao coração(...)».
Há uma beleza que nos circunda, a que ninguém fica indiferente por estes dias. No calor ameno da Primavera esse olhar único é sol indispensável para a nossa felicidade.
Beleza que se derrama do andor às ruas. O manto de flores que envolve o Senhor Santo Cristo, qual jardim do éden, estende-se como cascata por toda a cidade em tapetes feitos por mãos micaelenses. É o desejo de um povo que quer participar da beleza do divino, que tem fome da plenitude que só o Paraíso poderá dar. É Ponta Delgada transformada num jardim do paraíso. É a primavera do nosso caminhar no seu esplendor máximo. Boas festas!
Pe. JPM

sexta-feira, abril 25

Texto livre: 25 de Abril

O caminho para a democracia


Se os nossos antecessores não tivessem realizado um acto fundamental para Portugal no dia 25 de Abril de 1974, com toda a certeza viveríamos com imensas dificuldades, ou pior. Como estamos a aproximarmo-nos do “Dia da Liberdade”, decidi escrever o meu texto livre sobre este acontecimento. Alguém sabe o que aconteceu nesta data? E o que terá levado os militares a planear esta revolução?
Vamos então conhecer alguns antecedentes da “Revolução dos Cravos”.
O “Estado Novo” teve início em 1933, quando António de Oliveira Salazar passou a ser o Chefe do Governo. Este conseguiu uma política de desenvolvimento do país, fê-lo, no entanto, à custa das restrições à liberdade da população e à perda de regalias que já tinham sido adquiridas. Salazar governou o país de uma forma autoritária, sendo ele quem decidia tudo. Governou, pois, em ditadura.
Durante os anos da ditadura existia um único partido político autorizado, a União Nacional. Não havia liberdade de expressão, tendo sido criada uma comissão chamada “Censura Prévia”, que tinha a função de impedir que fosse publicado tudo o que pudesse prejudicar o regime. Criou-se a PIDE, (Policia Internacional de Defesa do Estado) que era uma polícia política que perseguia todos os que se manifestassem contra as ideias do governo.
Após a 2ª Guerra Mundial muitos países deram a independência às suas colónias em África. Portugal recusou-se, no entanto, a fazê-lo nas suas colónias, levando à revolta dos povos africanos contra a ocupação portuguesa. Isto deu origem a uma guerra colonial que se estendeu por longos treze anos, levando ao sofrimento e à morte e de muitos jovens portugueses.
Em 1968, Salazar abandona o governo por incapacidade, e sucede-lhe Marcello Caetano como Presidente do Conselho de Ministros (o que actualmente tem o nome de Primeiro Ministro), no entanto, pouco mudou, mantendo-se a política do governo salazarista.
Em Portugal havia muita insatisfação devido à falta de liberdade. Muita gente foi presa por manifestar a sua opinião, outros foram obrigados a emigrar para melhorar as suas condições de vida, ou para não serem presos. A guerra em Angola, Moçambique e Guiné-Bissau aumentava. Os anos iam passando e a guerra colonial parecia não ter fim. As famílias Portuguesas viam os seus filhos partirem para a guerra, sem saber se algum dia voltariam!
O cansaço e o descontentamento levou os militares a fazerem reuniões secretas das quais surgiu a ideia de um golpe militar em 16 de Abril de 1974. Este, no entanto, correu mal e os militares que nele participaram acabaram por ser presos. Os amigos dos detidos pensaram salvá-los, mas sem serem presos. Daí terem preparado o golpe de estado que ocorreria no dia 25 de Abril de 1974. Tudo tinha que ser muito bem preparado, pois desta vez não poderiam falhar.
No dia 24 de Abril, o Capitão Otelo Saraiva de Carvalho, acompanhado de outros oficiais, instalaram o posto de comando no Regimento de Engenharia Nº1, na Pontinha e preparam o plano geral das operações. Dali deram as instruções às unidades militares de todo o país envolvidas nas operações. O primeiro sinal, como combinado, seria dado pela rádio às 22:55 pela canção «E Depois do Adeus», de Paulo de Carvalho. A segunda senha foi dada na Rádio Renascença, com uma canção de Zeca Afonso, «Grândola Vila Morena», pela meia-noite e vinte. Esse era o sinal para as forças envolvidas se porem em movimento.
Era muito importante controlar os órgãos de comunicação social. Foi tomada a RTP (única emissora televisiva da época) a Emissora Nacional (actual RDP), Rádio Clube Português... Foi através desta estação de rádio que o MFA (Movimento das Forças Armadas) se apresentou ao país pela 1ª vez às 4:26. A programação foi alterada, passando a ouvir-se o hino nacional, marchas militares e canções de protesto e de contestação. Sucediam-se os comunicados escritos. Mediante esta situação os ouvintes iam ficando a par do desenrolar dos acontecimentos.
A missão principal coube, no entanto, ao capitão Salgueiro Maia e aos seus homens da Escola Prática de Cavalaria, vindos de Santarém. Estes ficaram encarregues de dispersar as forças partidárias do regime, de controlar o Banco de Portugal, a Rádio Marconi e o Terreiro do Paço.
A coluna comandada por Salgueiro Maia foi interceptada por tropas fieis ao regime e foi o próprio capitão quem avançou para tentar dialogar com os opositores. Saiu a pé, de lenço branco hasteado numa mão e uma granada escondida na outra. O brigadeiro opositor deu ordens para disparar mas ninguém lhe obedece, acabando os soldados por se passar para o lado de Salgueiro Maia.
Outro momento muito importante deu-se por volta das 5 horas, quando o director-geral da PIDE deu a conhecer a Marcello Caetano o que estava a acontecer, referindo que a situação era grave e dando-lhe instruções para se refugiar no Comando-Geral da GNR, no Largo do Carmo. Ao saber da sua entrada no quartel, Otelo deu ordens para Salgueiro Maia cercar o local para que ninguém fugisse. Marcello Caetano, permaneceu longas horas encurralado no Quartel do Carmo com tanques de guerra apontados ao edifício.
No Largo do Carmo uma multidão crescente parecia ter acordado dum sono profundo. Parecia ter descoberto nesse dia o valor da democracia e da liberdade… Gritavam palavras de ordem contra a ditadura e a guerra colonial. Nesse dia o povo ouviu coisas novas e ficou a saber em que tipo de regime político vivia, aderindo, por isso, de imediato ao Movimento das Forças Armadas. Nas ruas, civis e militares, mostravam o seu contentamento. Naquele dia as armas dos soldados não disparam, pois dos canos das espingardas saíam cravos vermelhos, não balas!
As horas foram passando. Verificando que não tinha outra solução, Marcello Caetano rendeu-se ao General Spínola, acabando por abandonar o Quartel do Carmo num tanque de guerra. Marcello Caetano, juntamente com o Presidente da República, Almirante Américo Tomás, e outras figuras importantes do regime, partiram para o Funchal no dia seguinte.
Por todo o país, uma multidão eufórica celebrava, finalmente a “Liberdade”.
O Posto de Comando do MFA emitiu um comunicado informando que se concretizara a queda do Governo. No dia 26 de Abril apareceram na televisão as novas caras do poder. Os presos políticos sairam em liberdade. A partir de então, muita gente exilada pôde regressar ao seu país, sabendo que poderiam, finalmente, dizer o que lhes ia na alma, sem receio. Vivia-se num novo regime onde reinava a paz e a democracia.

Luís Miguel Páscoa Teixeira, nº 10, 6º C

quarta-feira, abril 9

Texto livre: Um piquenique diferente

Era uma vez um casal de gémeos, que vivia com os seus pais, na ilha Terceira, no arquipélago dos Açores.
Certo dia os pais deles disseram-lhes:
- Meninos, hoje o dia está espectacular e vamos fazer um piquenique no Parque Florestal que fica aqui perto.
Lá foram eles e quando chegou a hora do almoço, almoçaram e depois estiveram descansando um pouco.
Um pouco depois o pai dos gémeos disse-lhes:
- Não querem ir dar uma volta? Ali adiante há uma catedral antiga onde agora só há pombas. Não querem ir lá espreitar?
Os meninos foram lá cheios de alegria porque pressentiam que iam viver uma aventura emocionante. E quando aqueles gémeos pressentiam algo nunca se enganavam, acontecia mesmo aquilo, algo emocionante, algo que lhes enchia o coração e a alma.
Quando lá chegaram abriram sem dificuldade a ferrugenta cancela e entraram.
Lá dentro esperava-os uma agradável surpresa: no interior da catedral, em vez de viverem pombas e aranhas, como de costume, não encontraram uma ninhada de coelhos felizes e saltitantes.
Muito espantados ficaram, mas, em vez de ficarem parados começaram a explorar. Descobriram então uma arca muito antiga e dentro dela um mapa do tesouro, que segundo as indicações estava dentro da catedral. Seguiram as indicações e encontraram o tesouro que era um enorme livro que dizia que todos os coelhos que dentro da catedral estavam eram as personagens boas dos contos de fadas e que se alguém encontrasse esse tesouro dissesse as seguintes palavras mágicas:
Se os dos contos
De fadas queres libertar
Um dois três com
Rapidez vais ter de citar.
Os meninos disseram isto e assim, salvaram as personagens dos contos de fadas.
As personagens agradeceram muito e os meninos saíram da catedral felizes por terem feito uma boa acção e pelo seu sentimento não ter falhado.
Sara, 6.ºD

Texto Livre: A minha amiga Rosa

Tenho uma amiga muito especial, falo com ela, acaricio-a e até posso sentir o seu perfume.
Antes de ir para a escola vou sempre ao meu quintal, despeço-me da Rosa com um beijinho e uma caricia.Claro, com muito cuidado pois ela é muito sensível e delicada.Quando chove ou faz vento fico muito reciosa, pois nada quero que aconteça à minha amiga.Sempre que está calor, não me posso esquecer de regá-la, só assim mantenho-a viçosa, fresca e bela.
Ando sempre preocupada e peço sempre à minha mãe para que seja cuidadosa ao passar no seu canteiro.
António, o meu jardineiro, trata dela com muito carinho, pois ele sabe que a Rosa é para mim mais do que uma flor, é uma peça preciosa que quero guardar para sempre, como se de um tesouro se tratasse, não posso imaginar perdê-la.
Já resolvi que quando ela for velhinha, irei guardá-la no meu quarto. Vou preparar uma caixinha imaginando ser o meu cofre, para pôr o meu tesouro chamado Rosinha.
6.ºD

segunda-feira, março 10

Romeiros

As Romarias Quaresmais


Entrámos na Quaresma e, como todos os anos, na ilha de São Miguel iniciam-se as romarias quaresmais. Todos os anos, por esta altura, se vêem pelas estradas grupos de romeiros a caminhar quilómetros e quilómetros, quer faça chuva, quer faça sol. Novos e velhos participam neste evento. Como terá começado esta tradição? Resolvi investigar.
Estas romarias tiveram início devido a uma série de terramotos e erupções vulcânicas que abalaram toda a ilha de São Miguel e, principalmente, Vila Franca do Campo em 1522 e 1563. Convencidos que estes terríveis fenómenos eram castigo de Deus pelos seus pecados, grupos de homens e rapazes organizaram-se em peregrinação dando a volta à ilha numa semana, parando em todas as igrejas e ermidas onde se invoca a Virgem Maria. Esta era uma forma de pedir perdão a Deus, procurando assim acalmar a sua ira. As mulheres não participavam nestas romarias pois tinham que ficar em casa a tomar conta dos filhos e dos animais.
A romaria quaresmal é uma manifestação de que começa no primeiro fim-de-semana após o Carnaval e termina antes da Páscoa. Decorre ao longo de oito dias, acabando o itinerário no ponto de partida. Este é preparado pelo Mestre do grupo. Todo o percurso é previsto e, por essa razão, já sabem em que local irão passar a noite. Quando está a anoitecer as pessoas do lugar estão à espera dos romeiros no adro da igreja da freguesia para os acolher em sua casa. Aí os romeiros são servidos de uma refeição ligeira, água quente e salgada para lavarem os pés cansados, devido à longa caminhada, e dormir um pouco. No dia seguinte, muito cedo, recomeçam a caminhada.
Uma das obrigações dos romeiros é a encomendação das almas. Durante todo o percurso vão rezando e cantando as orações que são encomendadas pelas pessoas que os vêem passar. O pedido é feito ao “procurador das almas” que tem a função de receber os pedidos. Estas, são orações diferentes, mais parecem um lamento.
Os romeiros não passam despercebidos mesmo para quem não conhece a tradição, pois caminham pela estrada em duas filas, no meio das quais, à frente, está o “portador da cruz”, que geralmente é a criança mais nova do grupo. Reconhecem-se facilmente também devido ao vestuário que usam: sapatos grossos, roupa simples, um xaile de lã aos ombros e um lenço florido ao pescoço ou na cabeça, saca de pano ao ombro para os alimentos, um bordão e o terço, aliás dois, um na mão e outro ao pescoço.
Esta tradição mantém-se bem viva há quase meio milénio e pratica-se com a mesma devoção dos primeiros dias. Embora ela seja tipicamente micaelense e masculina, actualmente já há notícia deste tipo de romarias noutras ilhas, e de uma romaria de mulheres (em São Miguel) que dura apenas um dia.

Luís Miguel Páscoa Teixeira
Nº 11, 6º C

quinta-feira, fevereiro 14

Televisão e sociedade

A televisão e a sociedade

Com o aparecimento da televisão, a sociedade já não disfruta de um bom momento de leitura, porque ficam colados à televisão horas e horas, em vez de perderem um bocado a ler.
E isso nota-se principalmente nas crianças, têm alguma dificuldade na leitura e excesso de peso. Em vez de estarem a estudar, a ler ou a fazer exercício, estão a ver televisão. Isto não afecta só as crianças, também afecta os adultos, como já referi, ficam colados ao sofá a ver televisão e isso acumula gorduras.
Portugal já tem um número elevado de obesos na idade infantil, pois podemos dar um passeio pela praia ou então fazer exercício, não o fazem, estão colados à televisão. Em 2025 Portugal será um dos países da União Europeia com mais obesos.
Com o aparecimento dos “morangos com açúcar”, da “Floribella” e outras telenovelas, os alunos já não estão com atenção aulas, porque estão a pensar nessas telenovelas, o que não vai ajudar a passar de certeza o ano.
Por isso, faço um apelo à sociedade:
- Mexam-se, não passem horas a ver televisão e façam exercício, isto tudo pela nossa saúde.


João Rego, 6º E

domingo, fevereiro 10

Texto Livre sobre a obra Ulisses

Ciclópica 4ª lua do ano de gémeos

Olá gigantesco polifemo

Olha a nossa cidade foi atacada pelos gregos. Nós prendemo-los, mas não havia nenhum ninguém lá. Havia sim um mosquito chamado Ulisses e que era o rei deles. Olha o mosquito deixou-nos cegos, prendeu-nos e fez de nós seus prisioneiros. Agora comemos só ossos nos entretermo-nos dão-nos um ramo de árvore e uma faca.
Ajuda-nos polifemo, por favor e deixamos-te viver connosco partirás o que quiseres e matará quem quiseres mas tens de nos ajudar.

Sem outra catástrofe
O teu conselheiro
Cardada


PS: Estamos na gruta sagrada da montanha enraivecida.
Nuno

Texto Livre sobre a obra Ulisses

Ciclópia, 2ª Lua do Ano dos Frutos

Caro amigo:

Antes de te respondermos a esta carta um pouco estranha, o “Conselho de ciclopes mensageiros”, reuniu-se com grande paz e leveza de espírito, para responder à tua mensagem.
Nós, como sabes, naquela noite, fomos ter contigo e tu não dizias coisa com coisa. Disseste-nos que ninguém te queria matar. Mas isso todos nós sabíamos.
Como achámos que estás a delirar, vamos mandar que te vão buscar à tua ilha e tu irás para a “Clínica do Sol” onde serás convenientemente cuidado.
Agora que te disse como te vamos ajudar, quero-te dizer outra coisa, Polifemo, outra questão que há muito tempo já deveria ter sido tratada. Como já se passou algum tempo desde tudo o que nos fizeste, e tu sabes do que estamos a falar, os habitantes de todas as ilhas concordaram em perdoar-te de todos os males que nos fizeste. Se concordares, depois de saíres da “Clínica do Sol” onde irás ser bem tratado, podes vir viver connosco de novo. Mas presta atenção: só vens para cá viver se concordares ser bonzinho. E se aceitares esta proposta, vais ter que nos contar o que se passou naquela noite.
O peixe-voador Teófilo vai-te entregar esta carta na Rua D. Ciclope III, nº 13, onde moras.

Do teu amigo BomPastor, um abraço

PS: Vamos continuar a dar-te as boas-noites!
Sara, 6.ºD