quinta-feira, maio 3

A Princesa e o pastor


Em época recuada, no lugar onde hoje fica a freguesia das sete cidades um reino próspero e aí vivia uma princesa muito jovem, bela e bondosa, que crescia cada dia em tamanho, gentileza e formosura. A princesa, adorava a vida campestre e frequentemente passeava pelos campos, deliciando-se com o murmurar das ribeiras ou com a beleza verdejante dos montes e vales.
Um dia, a princesa de lindos olhos azuis, durante o seu passeio, foi dar a um prado viçoso onde pastava um rebanho.
Á sombra da ramagem de uma árvore deparou com o pastor de olhos verdes.
Falaram dos animais e de outras coisas simples, mas belas e ficaram logo apaixonados.
Nos dias e semanas seguintes encontraram-se sempre no mesmo local, á sombra da velha árvore e o amor foi crescendo de tal forma que trocaram juras de amor eterno.
Porém, a noticia dos encontros entre a princesa e o pastor chegou ao conhecimento do rei, que desejava ver a filha casada com um pastor.
A princesa, sabendo que palavra de rei não volta atrás, acatou a decisão, mas pediu que lhe permitisse mais um encontro com o pastor do vale. O rei acedeu ao pedido.
Encontraram-se pela última vez sob a sombra da velha árvore e falaram longamente do seu amor e da sua separação. Enquanto falavam, choravam e tanto choravam que as lágrimas dos olhos azuis da princesa foram caindo no chão e formaram uma lagoa azul. As lágrimas caídas dos olhos do pastor eram tantas e tão sentidas que formaram uma mansa lagoa de águas verdes, tão verdes como os seus olhos.
Separaram-se mas as duas lagoas formadas por lágrimas, ficaram para sempre unidas e são chamadas de Lagoas das Sete Cidades. Uma é a Lagoa Azul, a outra é a Lagoa Verde e em dias de sol as suas cores são mais intensas e reflectem o olhar brilhante da princesa e do pastor enamorados.


Lenda escolhida por: Alexandre C.

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