terça-feira, maio 13

Santo Cristo no coração da Primavera


Tudo se transfigura na cidade por alturas destas celebrações. Ponta delgada nem parece a mesma. As correrias, a que o funcionalismo urbano do dia a dia nos obriga, dão lugar à contemplação, à busca de algo imperscrutável apenas possível ao coração humano, desejo indecifrável comum a todos os rostos, que apenas se desvanece no encontro com o olhar mais conhecido dos açoreanos: o olhar interior do Senhor Santo Cristo.
- « Que olhar é esse?» – perguntava o poeta micaelense Armando Cortes Rodrigues – « (...) olhar que não vê apenas os rostos mas desce ao coração(...)».
Há uma beleza que nos circunda, a que ninguém fica indiferente por estes dias. No calor ameno da Primavera esse olhar único é sol indispensável para a nossa felicidade.
Beleza que se derrama do andor às ruas. O manto de flores que envolve o Senhor Santo Cristo, qual jardim do éden, estende-se como cascata por toda a cidade em tapetes feitos por mãos micaelenses. É o desejo de um povo que quer participar da beleza do divino, que tem fome da plenitude que só o Paraíso poderá dar. É Ponta Delgada transformada num jardim do paraíso. É a primavera do nosso caminhar no seu esplendor máximo. Boas festas!
Pe. JPM